segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Bundalêlê

Liguei a TV e meus olhos foram invadidos por imensas nádegas redondas, bronzeadas e sem um pingo de celulite... Olhei para minha humilde bunda branca, depressão!

Eram as nádegas da mais nova celebridade instantânea, uma tal mulher Melancia. Ela tava naquele programinha chato, saca o Programa do Gugu? Ele mesmo. As nádegas cantavam: “Sou a mulher Melancia e tenho um popo GG gigante” (uma poeta). As nádegas cantavam, já que a mulher Melancia não é uma pessoa, é uma bunda ambulante.

Antes que alguém se manifeste e diga que estou com inveja de seu popo GG, digo que só lamento. Essa é uma breve introdução pra uma nova (ou nem tão nova), constatação... O culto à bunda.

Um dia desses vi uma reportagem sobre bundas (o.O), formas de deixá-las mais turbinadas e atraentes, já que é disso que os homens gostam, é a tal preferência nacional e ter bunda grande representa status de gostosona, que equivale a ser um símbolo sexual e isso deve ser encarado como a maior glória que uma mulher pode ter.

Na internet, a mesma coisa, no site de notícias as pessoas estão falando sobre economia, política e lá do ladinho tem uma janelinha piscando com a foto de alguma mulher que fez um ensaio fotográfico HOT e tá só esperando seu clique.

Elas geralmente estão de calcinha fio-dental pra mostrar seu imenso bumbum siliconado, blusa branca molhada, com os seios à mostra e aquela boquinha entreaberta pra dar o ar de sensualidade, sem esquecer da cara de “Estou apenas pedindo prazer sexual” e os olhinhos de "Estou pronta, sempre!”

O sonho delas é posar nua, ganhar alguns milhões, 15 minutos de fama, algum escândalo pra não sair da mídia, entre outros lindos e promissores sonhos.

Sabe, acho melhor ficar com minha humilde nádega, acho que ela me garante mais cérebro, deve ser algo inversamente proporcional, vai saber.

sábado, 30 de outubro de 2010

Machos-Alfa

Homo metidus amostradus - Esse é o nome científico dessa espécie. Sua aparência é pavônica e carnavalesca, geralmente cheio de adereços desnecessários, mas que usa para se destacar dos demais.
Tênis maiores que os próprios pés, camisetas que ressaltam os músculos, anéis e colares de prata, óculos escuros de noite pra dar o charme e o ar de mistério.
Se reconhece um macho-alfa de longe. Num grupo de amigos ele é o que mais fala, ele fala alto para que todos reconheçam sua voz e não tenham dúvidas de que é ele que tá falando. Ele comanda a conversa e acha que tem as ideias mais brilhantes e inteligentes, ou em sua linguagem despojada: "Tem as tiradas mais fodas". Ele fala com todos da mesa, até mesmo com seus desafetos, gargalha alto e se diverte mais que todo mundo.
Quando o assunto é mulher, seu narcisismo já evidente, se torna pior. Ele simplesmente não admite que nenhuma mulher na face da Terra não o ache gostoso e não queira pegá-lo. Todas devem gravitar ao seu redor, lhe prestando reverências, carinhos e bajulação. Todas sem excessão devem cair de paixão por ele, devem sofrer e perder suas noites de sono pensando em sua magnífica figura. Enquanto ele dispõe todas elas como num cardápio e escolhe a melhor pedida para o dia.
Na balada, ele é aquela criatura que pula, dança, saltita, flerta com todas que passarem, pega algumas pra se auto-afirmar, faz pose, rebola como se tivesse executando a dança do acasalamento, ressaltando sempre sua região pélvica e sua barriga de tanquinho trabalhada na bomba.
Machos-alfa não tem umbigo, tem um imã que quer atrair todos para si. Porque ele sabe que é o melhor, só ele sabe como fazer, só ele sabe como ser, como sorrir, como seduzir, só ele não sabe o quanto está sendo ridículo e o quanto é demodé. Só eles não sabem que não estão com nada e tudo isso só é uma tentativa desesperada de serem lembrados, quando em outras circunstâncias seriam facilmente esquecidos e ele não teriam para quem mostrar tudo o que "são", apenas para seu reflexo no espelho e nada mais.

domingo, 17 de outubro de 2010

Momentos de Tensão.

Segundo turno das eleições se aproximando, as campanhas à todo vapor e nós eleitores cada vez mais perdidos.
Eu, assim como a maioria, esperava que esse segundo turno servissse para que os candidatos reforçassem suas propostas, seus compromissos, fizessem uma política séria e toda aquela utopia , mas o que vemos é um circo de horrores.
As propostas foram deixadas de lado em nome da baixaria e da difamação. A estratégia de cada candidato é levantar os podres de seus adversários e vomitar isso da pior forma possível na cara dos eleitores, sinceramente são campanhas que dão nojo. Eles não se preocupam em mostrar as próprias qualidades, mas sim os defeitos dos outros.
Téo é o homem "do caminho do bem" e diz a quem quiser ouvir que Alagoas é um estado seguro para viver, com violência zero. Ok! Tem certeza de que estamos falando do mesmo estado?
Lessa diz que sua campanha é baseada na honestidade e na confiança e que portanto não precisa recorrer a meios baixos para difamar ninguém. Quem faz mesmo as propagandas falando mal do Téo? Fora esse apoio, digamos "peculiar" que ele recebeu do Collorido. Impressionante como agora são melhores amigos, tão fraternos e civilizados (tsc... tsc). Ainda tem um "terceiro" candidato chamado "Collor Lessa", talvez um pseudônimo criado por Téo para ressaltar que os dois agora são uma coisa só, quase como unha e cutícula. Pseudônimo (ou nem tanto) criado para as propagandas de difamação. O Collor virou o Lessa e vice-versa.
Em âmbito nacional, Lula... digo, Dilma x Serra. Esse embate já passou da linha tênue do ridículo.
Serra diz que Dilma é uma-torturadora-da-ditadura-sem-coração-e-maléfica. Dilma diz que Serra é a-continuação-do-FHC-que-vai-levar-o-país-para-o-caos-novamente.
E agora José? (Não o Serra xD), como fica? Deveríamos escolher o melhor candidato, caso houvesse algum, mas temos que nos "contentar" com o menos ruim! ¬¬
A situação tá preta! Amo minha Alagoas, mas esses candidatos me deixam com vergonha, principalmente quando inventam de brigar da TV (porque debater é o que menos fazem)... Lá na caixa de madeira e metal eles mostram toda a classe, educação e "consciência política" que não possuem. X.X

domingo, 29 de agosto de 2010

Quando você acha.

É! Isso de se apaixonar (pela pessoa errada) é uma merda mesmo. Quando você acha que tá por cima da carne seca, você não tá. Quando você acha que o cara tá apaixonado, nem se iluda, não passou nem perto. Quando você pensa que ele vai te ligar, pode desistir, sentar e esquecer. Quando você acha que vai brotar do coração dele algum sentimento bom, esquece, ele não tem coração. Quando você acha que ele tá falando a verdade, ele tá dizendo uma linda e charmosa mentira. Quando você acha que fez a melhor coisa do mundo indo até lá, descobre que foi perda de tempo. Quando você arrisca algo mais ousado, como dizer: “Eu amo você”, descobre imediatamente que foi a pior ideia que você já teve na vida. Pois ele não merecia essas palavras pronunciadas a tanto custo e que para ele nada significam. E tudo aquilo que você idealizou nunca vai acontecer, você vai chorar, sofrer, ficar noites sem dormir e você finalmente prometerá a si mesma que nunca mais olhará na cara do filho da puta e tudo enfim vai passar.
Um belo final se assim fosse. Mas você sabe melhor que ninguém que é só o fdp ligar que em seu coração burro nascem mil esperanças purpurinantes e você se joga de cabeça nisso tudo, ignorando porvires e é óbvio que vai se fuder lindamente mais uma vez. Já que ele não mudou e nem te procura porque te ama, mas porque sabe o efeito que causa em sua mente e sabe que pode conseguir tudo o que quer usando seu jeito doce e suas “boas intenções”. Por isso, ao menor sinal de paixões fracassadas, com ares de história sem fim, corra, fuja para as montanhas, vá morar com esquimós, com gorilas, se interne em um hospício, vá pra o quinto dos infernos, mas evite contatos com essas pessoas, elas só atrasam sua vida. Falar em atraso não é exagero, mas também não me sinto na obrigação de explicar o motivo.
* Meu primeiro post amoroso-revoltado. Prova que os brutos também amam. Pasmem. \o

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Elle quer voltar.

(e) Leitores! As eleições se aproximam e esse é um fato que me preocupa. Principalmente porque o "Caçador de Marajás" (leia-se: Fernando Collor de Melo) é candidato ao Palácio República dos Palmares.
Política não é um tema que me causa euforia, não sou lá a pessoa mais engajada e não costumo comprar briga com ninguém para defender pontos de vista partidários. Bem, esse quadro mudou um pouco quando eu soube da candidatura de Fernando Collor, isso me tirou do sério. Me causou embrulho no estômago entre tantas coisas coisas podres e passíveis de fazerem um estômago embrulhar existentes no cenário político. Sou capaz de armar uma picuinha com quem disser na minha cara que vai votar nele. Tanto sou capaz que já armei, mas isso não vem ao caso agora.
Tá bom! Eu não vivi na época em que ele foi presidente, governador e prefeito. Eu era no máximo um bebê com cara de joelho quando tudo aconteceu. Minha vida girava em torno de comer, dormir, chorar e pedir colo. Só que outras pessoas viveram e Collor definitivamente não era o governante mais exemplar. Tanto que sofreu um impeachment como presidente. Aí alguém tem a coragem agora de dizer que ele não era tão ruim?
Hoje vi a propaganda dele: "Collor é o povo no governo". É a velha história de governar com o povo e para o povo. A mais sórdida piada. Povo só existe na campanha, no poder é beijos-não-me-liga-nunca-mas-votem-em-mim-da-próxima-vez.
Alguém acredita mesmo que ele mudou e se arrependeu? Sinto informar que de boas intenções o inferno está cheio.
É revoltante ouvir alguém dizer que vai votar no Collor porque ele é bonito! (se bem que esse argumento não é tão mais válido hoje, ele já tá um tiozinho meio caído =x) PUTA QUE PARIU! Que tipo de consciência uma criatura dessa tem? Acho que até uma ameba sentiria vergonha de proferir tal absurdo.
E quem não tá satisfeito com o governo de Teotônio Vilela, colocar Collor em seu lugar seria muito cômico se não fosse terrivelmente trágico.
Ouço ecos: " Ele rouba, mas faz"; "Não posso fazer nada"; "Já teve piores, ele vai melhorar"... Blá blá blá.
Acorda povo! Consciência na hora de votar!
Juro que se em Alagoas ele for eleito eu deixo definitivamente de acreditar no povo e declaro que está tudo perdido de uma vez. É quase um 2012. Ou pior!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

"O poeta da dor, o cantor da desgraça..."

Cara! Não há nada mais indigesto do que ver o Datena falando do caso do goleiro do flamengo. Na verdade, esse é só mais um caso ao qual a mídia agarra com unhas e dentes, explora com o máximo de sensacionalismo e depois esquece.
Estava eu, acordando de sonhos intraquilos de uma tarde quando ouço o caro "jornalista" Datena berrar que a moça foi supostamente agredida e esquartejada. Todos os jornais estão falando da mesma coisa, mas o enfoque o "Brasil Urgente" dá é de longe o mais assombroso.
Depois de tentar esquecer do que ouvi, vou jantar. Péssima ideia. Lá da cozinha ouço o poeta da dor dizer que cães podem supostamente ter comido partes de seu corpo. Nessa hora um arrepio percorreu meu corpo e eu não consegui mais olhar para o meu prato da mesma forma. Tive até uma leve lembrança do livro "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago. No momento em que o caos se instalou por completo naquele mundo de cegos e que as pessoas morriam no meio da rua e os cães comiam seus restos. Um das partes que mais me impressionaram no livro. Fiz essa rápida associação entre o livro e a notícia e vi que aquela época de sombras e trevas relatada no livro é o hoje.
Depois dessa lembrança, continuando... Deixo claro que eu não estava assistindo à semelhante porcaria televisiva, mas não sei que prazer certos parentes meus têm de ficar assistindo isso em alto e bom som e ai de mim se eu reclamar. Eu reclamo e digo pra desligar aquilo ou ao menos baixem o volume enquanto eu como pô!
Alguns acreditam que Datena mostra os fatos como eles são. Sem maquiagens, a tal da verdade nua e crua. Não tenho nada contra verdades, porém isso não se trata da "verdade" e sim uma falta de respeito com as pessoas que morreram e com as que ainda estão vivas. Que tipo de resposta eles esperam quando perguntam à mãe de uma pessoa como ela se sente ao ver seu filho morto? "Eu estou bem, obrigada"?
Ele canta muito bem a dor e a desgraça. Alguns o adoram por ser tão "preocupado" e "indignado" com a realidade social. Eu o detesto por conseguir ser tão ridículo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Quanto ao futuro...

Nunca a palavra 'futuro' me deu tanta urticária como agora. Quase uma futurofobia. As obrigações morais, políticas, sentimentais ou seja lá de ordem forem, triplicam a cada segundo, principalmente quando se está na faculdade e praticamente na metade do curso. Temos que arranjar estágio logo, uma bolsa logo, fazer concurso logo ou qualquer outra coisa que dê retorno financeiro logo! "Afinal, ninguém vive de sonhos não é mesmo?! A realidade é dura, é cruel"... E centenas de explicações para justificar tantos pedidos de "está na hora de crescer, por favor, faça isso logo!"
Todos ao redor vêem o jovem como um ser alegre e saltitante em tempo integral e que tem energia de sobra pra ser tudo e aguentar tudo o que for. Os jovens não possuem o direito de ficarem tristes, isso é quase uma afronta a todas as pessoas maduras que já provaram do lado amargo da vida. Nós, o que sabemos do sofrimento? Entre tantas "constatações e julgamentos equivocados que "adultos, maduros e experientes" fazem, esse é só mais um.
Ninguém em plena juventude sabe o que é ser atormentado por insucessos, ninguém em plena juventude sofre por amor, ninguém em plena juventude sabe mesmo o que é amar de verdade, jovens são incapazes de desenvolver sentimentos profundos por quem quer que seja, eles não sabem o que é vida real. As decepções "de verdade" ainda estão por vir.
Ao mesmo tempo que nos vêem como seres imunes a grandes sofrimentos, nos vêem como a terra prometida e depositam toda a confiança em nós e no nosso futuro absolutamente lindo e promissor... Que consiste em: estudar, trabalhar, ganhar muito dinheiro, ter dinheiro sobrando para passar as férias na Europa, um carro, morar numa mansão, casar com alguém decente e ter lindos bebês e a partir daí é só manter até morrer.
O futuro era algo distante, agora ele se abrevia nas horas do relógio e dia após dia quando olho minha cara amassada e cabelo desgrenhado no espelho do banheiro ao acordar.
E o medo aumenta, a ansiedade aumenta e eu tenho cada vez menos tempo que antes para realizar tudo, ser tudo, querer tudo o que um jovem "ajustado e feliz" deseja.

domingo, 6 de junho de 2010

Sunday.

Domingo. Sono. Preguiça. Programa do Gugu. Faustão. Tudo é possível. Celso Portioli (quem?). Convivência familiar induzida quando estou com tendências para o isolamento. Internet. MSN. Orkut. Blog. Música. Sono. Sono. Texto de Antropologia me esperando. Celular. Telefone que não toca. Passos na rua. Mensagem de texto que não chega. Google. Fotos. Dor de cabeça. Dúvidas. MP3. Relógio. Vento. Vontade generalizada de porra nenhuma. Propaganda do dia dos namorados C&A. Gracinhas da TV. Noite. Escuro. Liberdade condicional. Vontade de ir. Medo. TV. TV. Jornal de ontem. Saudade. Lembrança. Ausência. Paredes brancas. Cores no papel. Tédio. Ânsia. Desespero abafado. Beleza. Pensamento. Sentimento. Solidão...
Se tudo isso piorar, não sei do que sou capaz!
X.X

terça-feira, 11 de maio de 2010

As vantagens de andar de ônibus.

Leitores! Se pararmos para pensar com carinho, mas com muito carinho mesmo, poderemos notar que andar de ônibus não é tão ruim assim, existe uma série de experiências estéticas que só vivencia quem anda de ônibus.
1 - É divertido: Você não precisa de muita grana para se divertir, bastam 2 reais e você pode ter a sensação de um parque de diversões acoplado à sua volta para casa! Dinheiro com ingresso? Lanche? Gasolina? Isso tudo já era. É só pegar um busão dos mais velhos possíveis e sentar no fundão. Você vai pular alto à cada quebra-mola, vai ficar saltitando da cadeira a cada rua esburacada, não é incrível? Para a diversão estar completa é só chamar a galera, soltar as mãos, levantar os braços quando estiver em uma ladeira e gritar IUPI!!!! É demais!

2 - É saudável: Você está se sentindo acima do peso? Não se reprima! Corra até o ponto de ônibus mais próximo da sua casa, te garanto que é melhor que qualquer academia. Você corre para alcançar o ônibus, corre para ser o primeiro a subir e assim garantir seu tão almejado lugarzinho na janela do lado da sombra, se espreme no meio do povo pra passar, se estica pra puxar a cordinha, sauna grátis em dias de calor... It's very good!

3 - É romântico: Suas chances de conhecer o amor da sua vida na solidão de seu carrinho com ar-condicionado e MP3, são nulas. O lance é busão lotado ao meio-dia ligado no lembranças Gazeta. Sabe aquele menino (a) que você paquera à séculos e que não te deixa chegar perto? Pois então, use a desculpa do ônibus lotado para ficar mais perto do seu amor, use a desculpa da falta de espaço para ficar 1 hora assim (¬¬). Mas se você não tiver ninguém em mente, as chances do amor da sua vida pisar no seu pé são imensas... Você tá lá puto com o calor, a quantidade de gente e alguém pisa com gosto no seu pé, você se prepara para um xingamento daqueles ao fdp que não viu seu pé, mas quando você vira é uma linda moça com roupa de camponesa de bom coração que vai colher lenha no bosque todos os dias... Ai tchipow! O pedido de desculpas dela (considerando que ela é uma pessoa educada), já vira motivo pra puxar conversa. #ficadica.

4 - É cultural: Só no ônibus você tem contato com os mais variados estilos musicais, reverberado por aquelas pessoas que não sabem o que significa um fone de ouvido e nem o que é bom senso. Julgam, esses pobres mortais que seu juízo de gosto é apurado e refinado. E nós que aguentamos!

5 - É educativo: Você aprende no ônibus, estratégias de vendas, marketing pessoal, retórica avançada e poder de persuasão. Frase que sintetiza essas características: "Estou vendendo o delicioso chiclete 'fricks'..."

6 - É emocionante: Um dia você vai chorar com a história daquele pessoal que começa falando: "Eu vou dar boa tarde pra vocês e vocês respondem pra mode eu não passar vergonha...Boa tarde pessoal..."

7 - É engraçado: Você pode rir com as conversas alheias! Sem sentir culpa nenhuma por estar exercendo seu lado fofoqueiro.

8 - É ecológico: Alguns ônibus possuem tendências para quebrar em dia de chuva na praia, você é obrigado a descer e assim pode contemplar o marzão sentindo a chuva lavando a mente :) Lavando também sua blusa branca, seus trabalhos que estão na bolsa, seus pés escorregando, suas canelas enchendo de lama... Ops! Se ligue no marzão e esqueça a matéria, sinta a chuva lavando a alma, esqueça também que você está longe de casa e cansado, tudo isso é psicológico! Vamos entoar uma mantra?

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Momentos de Solidão e Subjetividade.


Mente quem diz que não se importa com a opinião de ninguém. É hipócrita aquele que diz que a palavra dos outros não interfere em suas escolhas, ninguém é totalmente si mesmo e nada dos outros.

Por mais que queiramos viver a vida do nosso modo, pautada em nossos próprios valores éticos, de um jeito ou de outro esses valores vão ser constituídos a partir do que outros acreditam, nós absorvemos as tais "normas de conduta" e nos construímos enquanto seres a partir desse contato. E por que essa adequação? Queremos pertencer a um sistema ou ao menos a sensação de pertencer, o que quase dá no mesmo, principalmente quando não temos a consciência do que é pertencer de fato e ter apenas a sensação de pertencer.

Normas, não creio que seja uma das palavras mais confortáveis, já que por meio dela abrimos mão de certos individualismos em nome do coletivo.

Por que o todo seria mais importante que eu? Como os outros poderão saber o que é melhor para mim? Como eles saberão onde reside minha felicidade? Os outros não usam meu corpo e não saberão de minha alma, dessa forma não saberão nunca o que vai dentro para querer estabelecer normas que supostamente me farão melhor... O melhor seria que cada um agisse como lhe convir, com sua moral particular... Mas será que isso não seria defender a barbárie? Onde prevaleça a lei do mais forte ou a Vontade de Potência, como já dizia Nietzsche.

Eu não existo sem os outros, mas os outros podem existir sem mim. Um ser individual sem o coletivo pode beirar a loucura, porém se é o coletivo que perde o individual ele ainda existirá. A dor da perda é óbvia, mas assim como todas as outras dores, essa também aplaca.

E o que haverá de útil na dor? Por que dói e depois não dói mais? Será que temos consciência de que o tal "aprendizado" da dor vem justo em sua duração? Quase não percebemos e por isso a prolongamos de forma a se tornar sofrimento inútil e sem remédio.

Prefiro acreditar que ela serve para algo e que também só depende de mim aprender e fazê-la ir embora...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Silogismo de pobre.


Eu não pretendia postar nada por esses dias, mas hoje senti uma vontade indizível de postar as coisas que me acontecem naquela Universidade onde o vento faz a curva.

O dia tinha tudo, absolutamente tudo pra dar certo, ou quase tudo, porque aula dia de sexta não é lá um dos ingredientes essenciais para um dia perfeito.

O ato de ir pra aula foi tranquilo, o caso foi voltar.

Estávamos eu e uma amiga voltando para casa, andando até a pista para pegar o ônibus, primeiro sinal de pobreza, pegar ônibus (leia-se: Eustáquio Gomes)... Estávamos pra variar dizendo que deveríamos ter um carro e todos aqueles sonhos consumistas de duas pessoas que queriam chegar em casa dentro de meia hora, no ar condicionado e ouvindo música. Nesses casos o que nos resta é a imaginação e foi ai que surgiu todo o silogismo, todas as viagens loucas e o blá blá blá abaixo... Um genérico, do genérico do silogismo, com algumas premissas pobres também :P


1 - Existo, logo sou pobre .

2 - Me olho no espelho, logo percebo que sou eu, por isso sou pobre.

3 - Pego Eustáquio Ponta Verde, logo sou pobre.

4 - Vou em pé no ônibus lotado, logo sou pobre.

5 - Corro do meio da passarela como uma louca desesperada pra não perder o ônibus, logo sou pobre.

6 - Me aperto no meio do povo pra passar, logo sou pobre.

7 - Durmo no ônibus com a cabeça pendendo pro passageiro ao lado, logo sou pobre.

8 - Falo alto quando estou acompanhada, logo sou pobre.


E vários e vários silogismos cabem ai.


Hoje por exemplo, além de eu ter protagonizado os números 3, 4, 6 e 7. Quando faltavam 10 minutinhos pra chegar em casa, em frente ao marzão da Ponta Verde, o busão quebra, em plena chuva... Tenho que descer, andar e andar e andar pra o ponto mais próximo, com o cabelo desgrenhado, cara de sono, dor de cabeça e xingando até a quinta geração daquele Ser Amarelo e sem alma, porque se é verdade a teoria de que tudo nesse mundo tem alma, eu tenho absoluta certeza de que ele não tem. Tudo vingançinha barata por eu ter me separado dele, ele me paga caro da próxima vez, ainda não sei como, mas ele pagará.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Indignação Dominical.

Em um domingo qualquer, estava zapeando os canais de TV, na verdade, estava tentando a sorte, já que arranjar algo que preste dia de domingo é algo impossível, mas otimista que sou, tentei. Materializou-se na caixa de madeira, enquanto eu passava da Globo para a Record, uma velha, quase Jurássica batalha... Gugu x Faustão.
Na Globo, Faustão contava com a presença de Maitê Proença que não sei porque cargas d'água estava discursando sobre ética, dignidade, moral, senso crítico (peguei o papo pela metade). Ela falava com "autoridade", como se ela fosse a maior representante da dignidade desse país. Nada contra ela, mas também nada a favor, é do tipo de pessoa que nem fede nem cheira. O senhor Fausto Silva também estava super empolgado com um tema tão "polêmico", como se aquele fosse o momento "cultura e formação" de seus telespectadores. Ele tá tentando formar a opinião das pessoas, isso é óbvio, mas ele tava agindo como se não quisesse, como se fosse a coisa mais natural do mundo discutir "ética, dignidade e moral" ali no seu palco. As pessoas da platéia aplaudiam a dupla a cada frase de efeito, como se dissessem internamente: "Lindo! Concordo com tudo!" Ele tava tão preocupado com a consciência das pessoas que assim que acabou a conversa passou para as vídeo cassetadas, ele deve ter pensado: "Tá bom de pensar em assunto difícil, vamos agora ao entretenimento pra relaxar".
Do outro lado, "Gluglu" deixou de lado sua veia "engenheira arquitetônica" (quem não se lembra que no novo programa dele só passa construção de casas?), enveredou para um novo tipo de entretenimento que não era a desgraça alheia. O novo entretenimento consiste em trazer pessoas do povo para fazerem um número artístico, enquanto jurados célebres como Mara Maravilha ¬¬ julgam se a pessoa merece ou não ser considerado artista (que não faz arte, é importante ressaltar). As atividades artísticas eram: Dança do Créu, Dança do Ventre, crianças prodígios cantando (blergh! crianças prodígios) ou adultos mesmo cantando...Enquanto a platéia agita e grita e acha o máximo. Uma festa muito divertida ao vivo né? Não, definitivamente não.
O melhor de tudo é a cara de interesse forçado que os apresentadores têm por suas atrações magníficas, mas sendo compreensiva com essa atitude dissimulada, eu sei que eles ganham para fingir interesse, ou eles tem mesmo interesse e que se dane isso de fingimento, a coisa é real.
Em relação ao Gugu, não sei o que é pior, estar supostamente interessado e achando o máximo quem dança créu na velocidade 5 ou fazer quadros de construção de casas ou "de volta para a minha terra", que nada mais é do que a exploração da miséria das pessoas em rede nacional em busca de ibope. Podem reparar que só entra no ranking as histórias mais tristes, dramáticas e que mostram o sofrimento sem dó nem piedade. A desgraça dá audiência.
Futilidade da vida dos famosos, crianças contando piadas, fulaninha dançando o créu, Zefinha do sertão chorando e a câmera na cara dela, ex-BBB's pagando de intelectuais tentando analisar semioticamente suas respectivas participações no programa... TV e domingo são duas coisas incompatíveis e descobri que ODEIO com todas as forças da minha alma, programas de auditório, o apresentador dono da verdade e a platéia passiva assistindo tudo aquilo que não interessa a ninguém, como por exemplo "Gretchen fala de sua separação" (Fonte: Tudo é Possível, Record)...
Após esse breve instante de indignação dominical, desliguei a TV e fui ler um livro, muito melhor para minha sanidade mental.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Teoria da Conspiração Alaniana.


Olá leitores! Faz um bom tempo que não posto nada aqui. Sou uma pessoa em crise, vivo uma decadência tremenda, eu tô com preguiça de falar mal, mas prometo me esforçar para voltar com veneno total da próxima vez.

O motivo que me traz aqui é outro. É na verdade um mistério muito sinistro que está rondando minha vida acadêmica, pretendo até atacar de Sherlock para resolvê-lo. Antes de tudo gostaria de poder contar com a colaboração de vocês, para que suas mentes possam ajudar a essa mente.

A Ufalândia é um lugar mágico onde ocorrem coisas muito estranhas. A bola da vez é um homem, de olhos verdes e que possui extrema semelhança com o Babyssauro. Há suspeitas de que o cidadão foi abduzido, sequestrado ou qualquer outra prática semelhante, porque ele simplesmente evaporou!

E vocês perguntam: "E nós com isso e você com isso?", eu sinceramente não tenho nada a ver e meu peito não arde de saudades, o caso é que ele colocou minha nota errada! E eu tenho direito de querê-la certa! Eu quero meu ponto que falta! Não admito que aconteça isso por um descuido qualquer. A pessoa (ele) só faz duas avaliações por semestre e uma delas ainda sai errada, é foda! Estou indignada!

O que faz uma quase comunicóloga injustiçada? Vai reclamar óbvio! Só que o ato de reclamar é que me deu mais dor de cabeça. Esse senhor é alguém "inencontrável", ele não está em lugar nenhum, nem real, nem virtual. E-mail? Até hoje estou sem resposta.

Decidi ir até a nossa agradável e acessível Universidade para ver se ao menos lá alguém sabe onde é a toca que ele se enfiou... E é nesse momento que surge todo mistério, já que o fato dele sumir e não responder a emails é bem comum a todos nós.

A coordenação do Instituto a que ele supostamente pertence não sabia informar nada sobre ele, não porque ele não tivesse sido localizado, mas porque ele simplesmente nunca existiu! Como assim??? O nome dele não estava na lista de professores, nem titulares, nem substitutos, nem mesmo como um funcionário qualquer... Absolutamente nada, nenhum contato, nenhuma foto, nenhuma lembrança, o vácuo era o que ele representava para as duas simpáticas moças da coordenação. Um homem que segundo elas, nunca tinha dado as caras por lá, até o nome dele lhes era completamente estranho.

Saí de lá muito puta mesmo! Começei a achar que o sociólogo da família Dinossauro não pertence a esse planeta, acho que ele voltou ao período Jurássico e não percebemos, ou quem sabe nem tenha saído de lá. Ele é alguém que consegue romper com a barreira do real, do cósmico e de todas as dimensões para poder virar purpurina numa galáxia longíqua.

Não satisfeita fui ao COS, onde também fui informada que ele nunca apareceu lá também e que eu procurasse o outro lugar a que fui anteriormente e que disseram que ele não existia. ¬¬

E eu fico cá com meus botões... Ele não gosta de ser incomodado, não gosta de responder a emails, some que ninguém acha, não seria oportuno que todas as pistas que indicam seu paradeiro sumissem misteriosamente no período das férias? Será que não houve uma queima de arquivo? Uma teoria da conspiração Alaniana? Como tudo vira um nada de uma hora para outra?

E o mais estranho de tudo não foi o fato dos rastros dele terem sumido, mas ele também sumir da consciência das pessoas, como se houvesse uma amnésia coletiva... Como ele dá aula em uma Universidade e ninguém nunca o viu? Será que estamos loucos e quem nos deu aula foi um fantasma de 300 sogras? (alguém vai entender essa associação).

Penso, penso e não acho explicação plausível e nenhuma pista por onde onde começar minha investigação, porque simplesmente não existem pistas... Já vi que os 800.000 livros lidos por Baby ajudaram-no a bolar o crime perfeito. Eu fico com minha cara de tacho no mesmo canto. Alguém pode me ajudar? O que vocês, leitores do Acidez à Flor da Pele, sugerem?


Procura-se Babyssauro! Vivo de preferência!