quinta-feira, 8 de abril de 2010

Momentos de Solidão e Subjetividade.


Mente quem diz que não se importa com a opinião de ninguém. É hipócrita aquele que diz que a palavra dos outros não interfere em suas escolhas, ninguém é totalmente si mesmo e nada dos outros.

Por mais que queiramos viver a vida do nosso modo, pautada em nossos próprios valores éticos, de um jeito ou de outro esses valores vão ser constituídos a partir do que outros acreditam, nós absorvemos as tais "normas de conduta" e nos construímos enquanto seres a partir desse contato. E por que essa adequação? Queremos pertencer a um sistema ou ao menos a sensação de pertencer, o que quase dá no mesmo, principalmente quando não temos a consciência do que é pertencer de fato e ter apenas a sensação de pertencer.

Normas, não creio que seja uma das palavras mais confortáveis, já que por meio dela abrimos mão de certos individualismos em nome do coletivo.

Por que o todo seria mais importante que eu? Como os outros poderão saber o que é melhor para mim? Como eles saberão onde reside minha felicidade? Os outros não usam meu corpo e não saberão de minha alma, dessa forma não saberão nunca o que vai dentro para querer estabelecer normas que supostamente me farão melhor... O melhor seria que cada um agisse como lhe convir, com sua moral particular... Mas será que isso não seria defender a barbárie? Onde prevaleça a lei do mais forte ou a Vontade de Potência, como já dizia Nietzsche.

Eu não existo sem os outros, mas os outros podem existir sem mim. Um ser individual sem o coletivo pode beirar a loucura, porém se é o coletivo que perde o individual ele ainda existirá. A dor da perda é óbvia, mas assim como todas as outras dores, essa também aplaca.

E o que haverá de útil na dor? Por que dói e depois não dói mais? Será que temos consciência de que o tal "aprendizado" da dor vem justo em sua duração? Quase não percebemos e por isso a prolongamos de forma a se tornar sofrimento inútil e sem remédio.

Prefiro acreditar que ela serve para algo e que também só depende de mim aprender e fazê-la ir embora...