quarta-feira, 23 de junho de 2010

Quanto ao futuro...

Nunca a palavra 'futuro' me deu tanta urticária como agora. Quase uma futurofobia. As obrigações morais, políticas, sentimentais ou seja lá de ordem forem, triplicam a cada segundo, principalmente quando se está na faculdade e praticamente na metade do curso. Temos que arranjar estágio logo, uma bolsa logo, fazer concurso logo ou qualquer outra coisa que dê retorno financeiro logo! "Afinal, ninguém vive de sonhos não é mesmo?! A realidade é dura, é cruel"... E centenas de explicações para justificar tantos pedidos de "está na hora de crescer, por favor, faça isso logo!"
Todos ao redor vêem o jovem como um ser alegre e saltitante em tempo integral e que tem energia de sobra pra ser tudo e aguentar tudo o que for. Os jovens não possuem o direito de ficarem tristes, isso é quase uma afronta a todas as pessoas maduras que já provaram do lado amargo da vida. Nós, o que sabemos do sofrimento? Entre tantas "constatações e julgamentos equivocados que "adultos, maduros e experientes" fazem, esse é só mais um.
Ninguém em plena juventude sabe o que é ser atormentado por insucessos, ninguém em plena juventude sofre por amor, ninguém em plena juventude sabe mesmo o que é amar de verdade, jovens são incapazes de desenvolver sentimentos profundos por quem quer que seja, eles não sabem o que é vida real. As decepções "de verdade" ainda estão por vir.
Ao mesmo tempo que nos vêem como seres imunes a grandes sofrimentos, nos vêem como a terra prometida e depositam toda a confiança em nós e no nosso futuro absolutamente lindo e promissor... Que consiste em: estudar, trabalhar, ganhar muito dinheiro, ter dinheiro sobrando para passar as férias na Europa, um carro, morar numa mansão, casar com alguém decente e ter lindos bebês e a partir daí é só manter até morrer.
O futuro era algo distante, agora ele se abrevia nas horas do relógio e dia após dia quando olho minha cara amassada e cabelo desgrenhado no espelho do banheiro ao acordar.
E o medo aumenta, a ansiedade aumenta e eu tenho cada vez menos tempo que antes para realizar tudo, ser tudo, querer tudo o que um jovem "ajustado e feliz" deseja.

domingo, 6 de junho de 2010

Sunday.

Domingo. Sono. Preguiça. Programa do Gugu. Faustão. Tudo é possível. Celso Portioli (quem?). Convivência familiar induzida quando estou com tendências para o isolamento. Internet. MSN. Orkut. Blog. Música. Sono. Sono. Texto de Antropologia me esperando. Celular. Telefone que não toca. Passos na rua. Mensagem de texto que não chega. Google. Fotos. Dor de cabeça. Dúvidas. MP3. Relógio. Vento. Vontade generalizada de porra nenhuma. Propaganda do dia dos namorados C&A. Gracinhas da TV. Noite. Escuro. Liberdade condicional. Vontade de ir. Medo. TV. TV. Jornal de ontem. Saudade. Lembrança. Ausência. Paredes brancas. Cores no papel. Tédio. Ânsia. Desespero abafado. Beleza. Pensamento. Sentimento. Solidão...
Se tudo isso piorar, não sei do que sou capaz!
X.X