segunda-feira, 26 de julho de 2010

Elle quer voltar.

(e) Leitores! As eleições se aproximam e esse é um fato que me preocupa. Principalmente porque o "Caçador de Marajás" (leia-se: Fernando Collor de Melo) é candidato ao Palácio República dos Palmares.
Política não é um tema que me causa euforia, não sou lá a pessoa mais engajada e não costumo comprar briga com ninguém para defender pontos de vista partidários. Bem, esse quadro mudou um pouco quando eu soube da candidatura de Fernando Collor, isso me tirou do sério. Me causou embrulho no estômago entre tantas coisas coisas podres e passíveis de fazerem um estômago embrulhar existentes no cenário político. Sou capaz de armar uma picuinha com quem disser na minha cara que vai votar nele. Tanto sou capaz que já armei, mas isso não vem ao caso agora.
Tá bom! Eu não vivi na época em que ele foi presidente, governador e prefeito. Eu era no máximo um bebê com cara de joelho quando tudo aconteceu. Minha vida girava em torno de comer, dormir, chorar e pedir colo. Só que outras pessoas viveram e Collor definitivamente não era o governante mais exemplar. Tanto que sofreu um impeachment como presidente. Aí alguém tem a coragem agora de dizer que ele não era tão ruim?
Hoje vi a propaganda dele: "Collor é o povo no governo". É a velha história de governar com o povo e para o povo. A mais sórdida piada. Povo só existe na campanha, no poder é beijos-não-me-liga-nunca-mas-votem-em-mim-da-próxima-vez.
Alguém acredita mesmo que ele mudou e se arrependeu? Sinto informar que de boas intenções o inferno está cheio.
É revoltante ouvir alguém dizer que vai votar no Collor porque ele é bonito! (se bem que esse argumento não é tão mais válido hoje, ele já tá um tiozinho meio caído =x) PUTA QUE PARIU! Que tipo de consciência uma criatura dessa tem? Acho que até uma ameba sentiria vergonha de proferir tal absurdo.
E quem não tá satisfeito com o governo de Teotônio Vilela, colocar Collor em seu lugar seria muito cômico se não fosse terrivelmente trágico.
Ouço ecos: " Ele rouba, mas faz"; "Não posso fazer nada"; "Já teve piores, ele vai melhorar"... Blá blá blá.
Acorda povo! Consciência na hora de votar!
Juro que se em Alagoas ele for eleito eu deixo definitivamente de acreditar no povo e declaro que está tudo perdido de uma vez. É quase um 2012. Ou pior!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

"O poeta da dor, o cantor da desgraça..."

Cara! Não há nada mais indigesto do que ver o Datena falando do caso do goleiro do flamengo. Na verdade, esse é só mais um caso ao qual a mídia agarra com unhas e dentes, explora com o máximo de sensacionalismo e depois esquece.
Estava eu, acordando de sonhos intraquilos de uma tarde quando ouço o caro "jornalista" Datena berrar que a moça foi supostamente agredida e esquartejada. Todos os jornais estão falando da mesma coisa, mas o enfoque o "Brasil Urgente" dá é de longe o mais assombroso.
Depois de tentar esquecer do que ouvi, vou jantar. Péssima ideia. Lá da cozinha ouço o poeta da dor dizer que cães podem supostamente ter comido partes de seu corpo. Nessa hora um arrepio percorreu meu corpo e eu não consegui mais olhar para o meu prato da mesma forma. Tive até uma leve lembrança do livro "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago. No momento em que o caos se instalou por completo naquele mundo de cegos e que as pessoas morriam no meio da rua e os cães comiam seus restos. Um das partes que mais me impressionaram no livro. Fiz essa rápida associação entre o livro e a notícia e vi que aquela época de sombras e trevas relatada no livro é o hoje.
Depois dessa lembrança, continuando... Deixo claro que eu não estava assistindo à semelhante porcaria televisiva, mas não sei que prazer certos parentes meus têm de ficar assistindo isso em alto e bom som e ai de mim se eu reclamar. Eu reclamo e digo pra desligar aquilo ou ao menos baixem o volume enquanto eu como pô!
Alguns acreditam que Datena mostra os fatos como eles são. Sem maquiagens, a tal da verdade nua e crua. Não tenho nada contra verdades, porém isso não se trata da "verdade" e sim uma falta de respeito com as pessoas que morreram e com as que ainda estão vivas. Que tipo de resposta eles esperam quando perguntam à mãe de uma pessoa como ela se sente ao ver seu filho morto? "Eu estou bem, obrigada"?
Ele canta muito bem a dor e a desgraça. Alguns o adoram por ser tão "preocupado" e "indignado" com a realidade social. Eu o detesto por conseguir ser tão ridículo.