domingo, 9 de agosto de 2009

Faz-me gargalhar, porque rir é pouco.

Ele: A cumprimenta.

Ela: Retribui o cumprimento.

(A conversa permanece por um tempo em um nível civilizado discorrendo sobre banalidades cotidianas).

Ele: Sempre se achava no direito de manipulá-la como se fosse um fantoche à mercê de suas vontades. Ele se gabava de conseguir sempre o que queria e isso lhe dava segurança.

Ela: Sabia exatamente o que ele pensava e por isso sentia uma necessidade enorme de se vingar do FDP em questão e sabia exatamente como fazê-lo.

Ele: Dá uma brecha e ela começa a sua vingança arquitetada há poucos segundos.

Ela: Joga na cara dele sua enorme felicidade, faz questão que ele entenda bem que não precisa mais dele para ser feliz. Conseguia agora ser feliz por si mesma.

Ele: Aparentemente desesperado e chocado por ela ter conseguido se livrar da presença dele, tentava manter o auto-controle, mas estava claro que ela tinha conseguido quebrar-lhe as pernas. Começa então a reagir.

Ela: Percebe claramente suas intenções de querer virar o jogo e deixa que ele fale à vontade para depois dar outro golpe.

Ele: Fala de sua suposta felicidade que minutos atrás não existia e que só veio despertar por conta de "confissão" dela. Diz que agora sabe o que é ser feliz, amado e querido. Arrisca-se até a dizer que está dez vezes mais feliz do que ela está.

Ela: Dá então outro golpe. Com um sorriso cínico no rosto diz que a felicidade dela é querida por todos aqueles que nunca fizeram dele também querido. Todos reconhecem agora que ela é verdadeiramente feliz, só agora como em nenhum momento de sua vida ela conseguiu ser. Nem na presença de tão "apetecido" amigo que ele suponha ser, ela foi.

Ele: Está desnorteado e faz tentativas desesperadas de derrubá-la.

Ela: Acha tudo muito engraçado, ri por dentro, solta fogos de artifício interiormente, tudo isso escondido em sua cara de indiferença. Gargalha com tanta estupidez. Sentia-se de alma lavada, era disso que precisava, era essa sua doce vingança tão ansiada. Ele finalmente vai embora para o raio que o parta.

Ele: Com cara de quem está muito irado, mas tenta disfarçar e dar uma de maduro, de aduto, coisa que nunca foi e desconfia-se que não saiba o significado de tão estranha palavra. Claramente tentava despertar nela um sentimento de culpa, de arrependimento por tê-lo deixado ir, queria despertar algo que a fizesse desistir de sua felicidade.

Ela: Não sentia peso algum, tão pouco arrependimento. Sentiu-se aliviada. Livrou-se dele como quem tira um sapato apertado.

Ele: Faltando argumentos, ele retirou-se silenciosamente. Semblante de vitória, como se tivesse conseguido plantar dentro dela a semente da tristeza.

Ela: Respirou enfim com aquela ansiada partida. Não sentia tristeza, nem outra coisa qualquer. Nem de pena ele era digno. Um coitado! Egoísta e orgulhoso! Só isso. Tentava derrubá-la e cada vez mais só conseguia se afogar na própria estupidez.

5 comentários:

  1. Falar mal todo mundo consegue. Mas, falar mal bem, são outros 500.
    Partindo desse universo, creio que cada "conto", ou "crônica", nos leve o mundo das idéias dos autores, que só nos cabe o dever de entrá-lo, visitá-lo, tirar suas conclusões, ou seja, amá-lo ou odiá-lo?
    Neste caso, tenho certa "simpatia" pela autora, mas odiei o este fato que ocorreu seu universo bidimensional (real/ficcional).
    Não imaginei tal forma de narrar, me surpreendeu. Gostei e continuarei aqui visitando este universo na qual tenho passagem garantida, de ida e (talvez) de volta.

    Abraços.

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  2. PQP, texto massa! Amei... ^^ Sei do que vc está falando, não é? o.O É evidente! :O
    Parabéns pelo texto Cecill :p

    :*

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  3. =O
    Espero que não seja baseado em fatos reais...
    =D

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  4. Meu irmão! O que foi isso? :O Parabéns, Cecília. Foi foda! E essa forma de escrever? Adorei! Adorei mesmo! =*

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  5. Sim Derek, foi baseado em fatos reais.
    Eduardo... Obrigada! Que bom que vcs estão gostando :D

    :**

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