terça-feira, 10 de maio de 2011

Happy Monday. Ou não.

Segunda-feira, um dia não muito querido pela maioria das pessoas. Um dia chuvoso como outro qualquer nas últimas semanas, detalhe esse que nem chega a ter tanta importância para alguns já acostumados à “garoa” maceioense.

Essa era uma segunda-feira diferente, definitivamente. A maioria da população de Maceió depende dos coletivos para se locomover, seja para o trabalho, faculdade, escola ou qualquer um de seus compromissos diários, mas hoje a cidade parou. Ninguém ia, ninguém vinha e quem conseguia a proeza de chegar ao seu destino era à custa de muito esforço, espremidos nos poucos ônibus, lotados, que ainda rodavam pela capital. Alguns ainda nem sabiam o que de fato estava acontecendo. Quando souberam, chocaram-se com o motivo da paralisação. Ninguém acreditava que os ônibus estavam sendo, novamente, alvo de ações criminosas onde um trabalhador tinha sido executado de forma tão cruel. Eles ainda não sabiam o que estava por vir.

Motoristas e cobradores das empresas de transporte urbano, Cidade de Maceió e Piedade fecharam ruas do Centro de Maceió e corredores do Conjunto Eustáquio Gomes em protesto pela morte de um cobrador que fazia a linha Ufal/Ipioca, assassinado no último sábado em um assalto, nos arredores da Cidade Universitária. Ou seja, 70% da frota da cidade estava parada. O caos reinou por completo. Era melhor desistir de trabalhar e se dar um dia de folga, não se ia mesmo chegar na hora, pra quê a pressa?

Nos perguntamos, por que ainda acontece esse tipo de coisa em um Estado onde as “autoridades competentes” julgam ser seguro para viver? O descaso com o transporte coletivo é claro, com a segurança pública, nem se fala. Vivemos todos um clima de terror, onde andar na rua e pegar um ônibus virou atividade de risco, já que não se sabe se teremos nossos pertences levados, ou pior, se voltaremos para casa. Cobradores e motoristas então, devem viver em clima de tensão permanente.

Alguns se desesperam por não conseguir chegar ao seu destino, outros já desistem no meio do caminho. Lutei firme e forte para chegar ao trabalho, após 2 horas e meia consegui percorrer um caminho que levaria no máximo 40 minutos, tudo dentro de um ônibus que parecia comportar toda Maceió dentro dele.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Osama x Obama (separados por um "s" ou "b", como queira)


Editorial sobre a morte de Osama Bin Laden, exercício de Jornalismo Impresso III.


Exatamente há dez anos, as torres gêmeas do World Trade Center foram atacadas por aviões. Não se sabia de onde vinha a ameaça, o mundo parou diante daquele episódio. Foi a partir de 11 de setembro de 2001 que todos passaram a conhecer o que era o terrorismo e quem era Osama Bin Laden. Líder da Al-Qaeda, organização fundamentalista islâmica.

Após o atentado, a guerra ao terrorismo foi declarada, tropas foram enviadas para o Iraque, os EUA corriam para recuperar sua supremacia como potência mais forte e democrática do mundo. Nessa luta, a vida de vários soldados e civis foram perdidas em nome de um ideal de justiça, que estava com mais cara de orgulho ferido, por não ser mais uma nação inatingível. A guerra não estava trazendo bons frutos.

Eis que Barack Obama é eleito. Primeiro presidente negro dos EUA, o homem que iria tirar a América do estado que se encontrava, de desesperança e insatisfação com o governo anterior, o homem que traria paz para o país, entre outras dezenas de expectativas em torno de sua figura.

Os anos se passaram, a guerra continuou e quando menos se espera, o terrorista mais procurado e inimigo público dos Americanos é morto em uma operação militar comandada pelos EUA. Obama faz o pronunciamento, os americanos comemoram, o mundo comemorou a morte daquele homem, como se isso fosse trazer alguma daquelas vidas de volta. O fato coloca em xeque a noção de Estado de Direito dos EUA.

Com a morte de Osama Bin Laden, Barack Obama adquiriu popularidade, após um período de descrédito por conta da crise econômica, pode pensar até na criação de uma nova identidade de governo para os Democratas. O episódio ajuda, sobretudo, a recompor a imagem dos EUA diante do mundo, recuperando a força e o poder que tanto almejam. Contudo, é necessário lembrar, que a morte de Bin Laden, não sepulta o terror e o mundo não será um lugar mais pacífico por conta disso. Se pensarmos com cuidado, podemos perceber que esse episódio não acaba aqui, nem para os compatriotas do Tio Sam e muito menos para o mundo.