terça-feira, 10 de julho de 2012

Antes eu sonhava, agora já não durmo...

Já não durmo e se eu durmo, já não sonho. Acordada, sou um cadáver que se move por inércia. Já não há mais como sentir ou sequer pensar. As coisas passam através de mim e eu não durmo. Todas aquelas coisas das quais me arrependo e me culpo. 

Noites de sonhos intranquilos tentando arrumar os armários e as soluções para aquilo que já está aniquilado. Não tenho mais nada a escrever a respeito, nem sequer ouso ser simpática em meus versos, as palavras que outrora estragaram tudo, não vão conseguir consertar nada agora. Verdades podem ser cruéis, deve haver um modo mais ameno delas serem ditas... Se bem que modos mais amenos não mudam os fatos. 

Que horas são? Três? Quatro da manhã? Não tenho sono. No corpo, uma sensação de incompletude, de quase-fim, de interrupção, de meias verdades e meias palavras. Não tenho forças para lutar pelas verdades inteiras. A prosa é fraca, os versos são fracos, eu não quero me levantar daqui pra ir atrás dessas certezas. Elas poderão me derrubar ainda mais, talvez um nível abaixo do fundo do poço. Não sei lidar com verdades cruéis e eu sei que assim elas serão.

Lá fora, repousa absoluta a noite. Na madrugada, alguns esquecem suas mágoas e tristezas.  Eu acredito que elas fazem mais sentido quando deito minha cabeça no travesseiro. Queria ter esse dom de esquecer e ser um ser humano de alma elevada e espírito nobre que aprende com seus erros, eu queria simplesmente esquecer e seguir em frente, ou quem sabe, fazer diferente, mas não há como prever. 

Eu, madura, sábia e honesta... Não, não, quem sabe com mais algum tempo de prática, mais algumas empreitadas mal sucedidas, uns tapas na cara, eu aprenda finalmente a aceitar que errar faz parte da vida. Aprenda que nem sempre aquilo que desejo passar é o que realmente as pessoas percebem de mim. Acho que ainda consigo ser muito mais que os olhos veem, muito mais que um gesto impensado aqui ou uma frase tresloucada ali. 

Cansaço, isso é o que me define melhor. De quê? Não sei bem. Pra quê saber, não é mesmo? Não deixaria de estar cansada, ainda que os motivos fossem claros. Tenho essa tendência à entrega ilimitada ao absurdo. Boa notícia: ainda consigo sorrir, apesar da ferida ainda doer. Não, eu não falei em felicidade, isso é coisa para os mais afortunados, aqueles que tem o dom, sorrir e dizer que está tudo bem é mais fácil pra mim, não o mais correto, mas é o que eu posso fazer por mim hoje. 




Um comentário:

  1. É, nem sempre os sorrisos em nossas faces quer dizer que estamos felizes, mas nesse mundo um bom sorriso colado na cara faz os outros pensarem que a gente está tendo um dos melhores dias de nossas vidas. Só quem conhece vai saber o que é um desenho de um sorriso colado na cara pra disfarçar e um verdadeiro sorriso mostrando que estamos vivendo cada dia como se ele fosse o último.

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